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Dra. Ananda Falcone

Neurologista

Diagnóstico e Tratamento Especializado para Enxaquecas e Dores de Cabeça

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Entendendo as Causas da Enxaqueca

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A enxaqueca é uma condição neurológica multifatorial, cuja etiologia envolve uma complexa interação entre fatores genéticos, ambientais e neuroquímicos. Estudos demonstram que aproximadamente 70% dos pacientes com enxaqueca têm histórico familiar, sugerindo uma forte predisposição genética.

A herança hereditária da enxaqueca pode ser atribuída tanto a variações poligenéticas quanto a variações monogenéticas, ou seja a variação de um gene sendo diretamente responsável pela migrânea. Alguns genes como CACNA1A, ATP1A2 e SCN1A, foram identificados como podendo ser algumas das causas monogenéticas de formas hereditárias de enxaqueca.

Além da genética, desequilíbrios neuroquímicos desempenham um papel crucial. A serotonina, um neurotransmissor envolvido na regulação da dor e do humor, apresenta flutuações significativas durante as crises de enxaqueca. A diminuição dos níveis de serotonina pode levar à vasodilatação dos vasos sanguíneos cerebrais e à ativação do sistema trigeminovascular, principal via envolvida na fisiopatologia da enxaqueca.

Fatores ambientais e comportamentais também são gatilhos comuns. Estresse, alterações hormonais, distúrbios do sono, consumo de alimentos específicos e mudanças climáticas são frequentemente relatados como desencadeadores de crises.

A enxaqueca pode ser resumida a uma doença crônica e hereditária que sofre grande influência das interações deste indivíduo com o meio ambiente.  Assim, ao tratar a enxaqueca temos que considerar todo o contexto de vida dessa pessoa, para conseguir propor o melhor tratamento.

Como a Enxaqueca Funciona no Nosso Cérebro

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A enxaqueca é um distúrbio neurológico que envolve uma cascata de eventos no sistema nervoso central e periférico. O processo começa com a ativação anormal de neurônios no córtex cerebral. Essa hiperexcitabilidade cortical leva à liberação de substâncias pró-inflamatórias, como o peptídeo relacionado ao gene da calcitonina (CGRP), que desempenha um papel central na fisiopatologia da enxaqueca.

O CGRP causa vasodilatação e ativa as terminações nervosas do trigêmeo, o principal nervo craniano envolvido na transmissão da dor. Essa ativação desencadeia uma resposta inflamatória local, resultando em dor pulsátil, característica da enxaqueca. Além disso, ocorre uma sensibilização central, na qual o sistema nervoso central se torna mais sensível a estímulos dolorosos, amplificando a percepção da dor.

Outro aspecto importante é a disfunção do sistema modulador da dor no tronco encefálico, particularmente no núcleo do trato solitário e na substância cinzenta periaquedutal. Essas áreas, responsáveis por regular a percepção da dor, apresentam atividade reduzida durante as crises, contribuindo para a persistência e intensidade dos sintomas.

Essa disfunção de diversas vias explica porque a enxaqueca não é apenas uma dor, englobando diversos outros sintomas disfuncionais.

Quais as Consequências da Enxaqueca Crônica no Cérebro

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A enxaqueca crônica, definida como a ocorrência de cefaleia em 15 ou mais dias por mês, pode levar a alterações estruturais e funcionais no cérebro. Estudos de neuroimagem, como ressonância magnética, mostram que pacientes com enxaqueca crônica apresentam redução do volume de matéria cinzenta em regiões como o córtex pré-frontal, ínsula e córtex cingulado anterior. Essas áreas estão envolvidas no processamento da dor, regulação emocional e tomada de decisões.

Além das alterações estruturais, a enxaqueca crônica está associada a um aumento do risco de comorbidades neuropsiquiátricas, como depressão, ansiedade e distúrbios do sono. A persistência da dor pode levar à sensibilização central, um fenômeno no qual o sistema nervoso central se torna hiperreativo a estímulos, perpetuando o ciclo de dor e aumentando a incapacidade funcional.

Outro aspecto preocupante é a possível associação entre enxaqueca crônica e aumento do risco de doenças cerebrovasculares, como acidente vascular cerebral (AVC) e lesões de substância branca. Embora os mecanismos exatos ainda não estejam completamente elucidados, acredita-se que a inflamação crônica e a disfunção endotelial desempenhem papéis importantes.

Por isso é tão importante o tratamento de dores crônicas. Não só para melhorar a qualidade de vida dos pacientes, como também para evitar a perpetuação da dor e de outras disfunções causadas por ela.

Tratamentos Possíveis para a Enxaqueca

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O tratamento da enxaqueca deve ser individualizado e abrangente, envolvendo abordagens farmacológicas e não farmacológicas. As principais estratégias incluem:

1.Tratamento Agudo:

Visando controle de um episódio de dor

2.Tratamento Preventivo:

Tratamentos que visam evitar o surgimento do episódio de dor aguda.

Esses tratamentos podem ser medicamentosos, medidas de estilo de vida e intervencionistas.

Existem diversas medicações que são utilizadas no tratamento profilático da tanto orais como injetáveis, com os novos anticorpos monoclonais.

Além disso em alguns casos podem ser indicados tratamentos intervencionistas como bloqueio de nervos periféricos, tratamento neurolítico com toxina, estimulação magnética transcraniana.

3.Terapias Não Farmacológicas:

    • Terapia cognitivo-comportamental (TCC): Para manejo do estresse e mudanças comportamentais.
    • Acupuntura: Com evidências moderadas de eficácia no controle da dor.
    • Biofeedback: Técnica que ensina o paciente a controlar respostas fisiológicas associadas à dor.
    •  

4.Modificações no Estilo de Vida:

    • Identificação e evitação de gatilhos.
    • Manutenção de uma rotina regular de sono e alimentação.
    • Prática regular de exercícios físicos moderados.

 

Em geral o tratamento de enxaqueca envolve todas as modalidades de tratamento, cada paciente terá uma proposta terapêutica dependendo de sua história e suas necessidades.

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Bloqueio de nervos para cefaleia

O tratamento de diversas cefaleias primárias, quando clinicamente descompensadas envolve a modulação central de vias de dor, seja por medicações ou por intervenções como a neurotoxina e o bloqueio anestésico.

Diversos estudos comprovam que o uso de anestésicos locais bloqueando nervos envolvido na sensibilização central da dor causa um alívio persistente da dor, reduzindo o número total de dias de dor, a intensidade média e o número de analgésicos usados.

O bloqueio consiste na aplicação de uma injeção com lidocaína em nervos cranianos específicos, sendo um tratamento seguro e de rápida aplicação.

Ao final, trata-se de mais uma ferramenta para auxiliar o controle da dor e assim melhorar a qualidade de vida das pessoas que convivem com dor de cabeça, sendo uma das recomendações da Sociedade Americana de Cefaleias.

Karacan Gölen, Meltem & Yilmaz Okuyan, Dilek. (2021). The Efficacy of Greater Occipital Nerve Block in Patients With Chronic Migraine. Journal of Contemporary Medicine. 11. 10.16899/jcm.955017.

Neurotoxina para Enxaqueca

O tratamento com neurotoxina é eficaz, bem tolerado, liberado pelo FDA como um tratamento para enxaqueca crônica e um dos tratamentos com maior nível de evidência em redução de dor.

Neste tratamento a toxina é injetada em pontos específicos, pré-determinados pelo protocolo PREEMPT, apenas indicada para pacientes com enxaqueca crônica: ou seja, mais de 15 dias de dor por mais de 3 meses.

Este tratamento é uma profilaxia, ou seja, visa reduzir a intensidade e os dias de dor e é considerado bastante tolerado por possuir poucos efeitos colaterais que em geral se resumem ao dia de aplicação da toxina.

Ela atua reduzindo a sensibilização central e periférica e modulando a liberação de neurotransmissores e citocinas, desta maneira reduzindo a dor destes pacientes.

Em média há uma redução em 50% comparado ao basal do paciente e ela deve ser repetida a cada 3 ou 4 meses.

Lembrando que tratamento da enxaqueca é multidisciplinar e complexo, envolve muitas mudanças no estilo de vida também, mas esse é mais um do arsenais terapêuticos disponíveis.

 

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