A Doença de Parkinson é majoritariamente idiopática, o que quer dizer que não é causada por genética.
Noventa por cento dos casos são idiopáticos e a exata causa que leva a degeneração dos neurônios da substância nigra não é completamente compreendida.
Supõe-se que seja multifatorial com interação de diversos fatores que levam a morte neuronal. Entre eles alguns são:
• Estresse oxidativo e disfunção mitocondrial: Diversas teorias ligam o começo da Doença de Parkinson à disfunção mitocondrial. Na clássica história da Doença de Parkinson causada pelo pesticida MTPT foi encontrada disfunção das cadeias mitocondriais e também identificada em diversos Parkinsonismos genéticos. A mitocôndria não está somente ligada a produção de energia como também regula processos celulares sendo fundamental no funcionamento celular adequado.
• Acúmulo de alfa-sinucleína: A alfa-sinucleína mal dobrada, encontrada sob a forma de corpos de Lewy é uma marca da Doença de Parkinson. Sua presença está associada a disfunção e morte neuronal e ela apresenta um comportamento de espalhamento para as células vizinhas (príon-like). Ela tem sido um grande alvo das terapias com anticorpos monoclonais buscando a cura da doença, mas ainda persiste a dúvida se ela é a causa ou apenas um epifenômeno da Doença.
• Neuroinflamação: A neuroinflamação tem um papel crucial na progressão da Doença de Parkinson. Não se sabe exatamente qual gatilho dá inicio ao processo inflamatório, podendo ser a disfunção mitocondrial, o acúmulo de alfa-sinucleína. Mas há uma inflamação crônica no sistema nervoso central na Doença de Parkinson, contribuindo para os danos aos neurônios dopaminérgicos.
Referências
Troncoso-Escudero Paulina , Parra Alejandra , Nassif Melissa , Vidal Rene L. Outside in: Unraveling the Role of Neuroinflammation in the Progression of Parkinson’s Disease. DOI=10.3389/fneur.2018.00860
Li Jeng-Lin , Lin Tai-Yi , Chen Po-Lin , Guo Ting-Ni , Huang Shu-Yi , Chen Chun-Hong , Lin Chin-Hsien , Chan Chih-Chiang. Mitochondrial Function and Parkinson’s Disease: From the Perspective of the Electron Transport Chain. Frontiers in Molecular Neuroscience
DOI=10.3389/fnmol.2021.797833